Também conhecida como “berne” ou “bicheira”, essa doença é causada principalmente pela larva da Dermatomia hominis, que penetra na pele do hospedeiro e passa a se alimentar dos tecidos vivos, substâncias corporais líquidas e alimentos ingeridos pelo infectado.
Caracterizada pela infestação e desenvolvimento de larvas de mosca na pele ou outros tecidos animais, a miíase é uma doença parasitária que leva à destruição óssea, tecidual e ao desenvolvimento de fístulas (canais de comunicação, antes inexistente, entre um órgão interno e o meio exterior ou entre dois órgãos).
Uma lesão nodular com orifício central se forma após a penetração, causando dor e coceira. Essas lesões podem atingir qualquer área da pele e até tecidos internos, como cavidades nasais e oculares ou intestino.
A miíase bucal, por sua vez, é considerada uma afecção rara, que atinge principalmente a população rural e pacientes com problemas neurológicos ou predisposição a doenças orais, como respiradores bucais e alcoólatras, por exemplo.
A presença de fatores como lesões na cavidade bucal, halitose muito forte e higiene bucaldeficiente também atuam como atrativo para que as moscas fertilizadas depositem seus ovos. Mas, para isso, é necessário que os insetos tenham acesso à região oral – ou seja, que o paciente tenha o hábito de ficar com a boca aberta, dormir ao ar livre ou mesmo roncar.
Em geral, o diagnóstico da miíase bucal pode ser feito pela simples observação do orifício central da lesão, por onde as larvas sobem para respirar de tempos em tempos.
O tratamento é feito por meio da remoção mecânica das larvas e limpeza da ferida com soro fisiológico e antisséptico, além da utilização de medicamentos anti-helmínticos (vermífugos ou vermicidas).
Nos casos em que a miíase já causou grande destruição tecidual, uma cirurgia plástica também pode ser necessária.