Tire suas dúvidas sobre procedimentos importantes em cada etapa da vida A gente sabe que existem exames que são primordiais na vida de uma mulher. Mas, afinal, que exames são esses e para que servem? Conversamos com dois especialistas em saúde da mulher para listas esses procedimentos que não podemos abrir mão, ao longo da vida. Confira:
(Fotos: Getty Images)
Fontes: Márcio Coslovsky, especialista em Reprodução Humana e diretor médico da Primordia Medicina Reprodutiva Ruth Clapauch, endocrinologista e vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
Eles ajudam na TPM, menopausa, gravidez e mais De vitaminas e mineirais, todos precisam. Mulheres, homens, crianças e adultos. Mas algumas favorecem a rotina da mulher. Especialmente a rotina das vaidosas.
Mas há, também, algumas funções específicas desses nutrientes para questões que só as mulheres entendem. É o caso do Magnésio, que melhora os sintomas da TPM (Tensão Pré-Menstrual); a Vitamina E, que, entre outras coisas, ameniza a chegada da menopausa; ou as vitaminas do Complexo B na gravidez, importantes para o desenvolvimento do feto.Confira:
Vitamina E
Segundo a nutricionista funcional Luciana Harfenist, é essencial ao bom funcionamento dos órgãos genitais da mulher e auxilia na fertilidade. "Também é um poderoso antioxidante, protege nossas células dos radicais livres e reduz a peroxidação das gorduras", ensina.
Para mulheres maduras: "Na chegada da menopausa, estudos indicam que há uma redução do nível de cálcio presente nos ossos; por conta disso, é importante o consumo adequado dessa vitamina presente nos vegetais verdes escuros como brócolis e couve, feijões, derivados de leite de cabra, ovelha e búfala; em conjunto com o banho de sol diário por 15 minutos, pois sol, associado à Vitamina E, estimula a produção de vitamina D, essencial para a absorção do cálcio", explica.
Ajuda na preservação do colágeno, o que deixa pele, cabelo e unhas mais saudáveis, segundo a médica nutróloga Katiana Cruz, da Clínica Arthys. A nutricionista funcional Luciana Harfenist acrescenta: "Exerce numerosas funções importantes no organismo da mulher. Protege a pele e as mucosas, tem papel essencial na retina, no sistema imunológico e na reprodução, além de atuar na defesa contra as infecções", explica.
A gema do ovo é uma ótima fonte de Vitamina A (Imagem ilustrativa: Getty Images)
Magnésio
Segundo Luciana Harfenist, este abre 300 diferentes vias para a desintoxicação no corpo. "Importante para ajudar na drenagem linfática (reduzir inchaços), melhora de TPM, melhora da vitalidade e humor. Também leva o cálcio para os ossos", lista.
Brócolis: poderosa fonte de Magnésio (Imagem ilustrativa: Getty Images)
O mineral amigo das mulheres desempenha um papel importante também convertendo a vitamina D em sua forma ativa no corpo, importante para o funcionamento da tireoide, segundo a nutricionista funcional. Boas fontes: vegetais verdes-escuros (couve, brócolis, agrião, couve), abacate, banana, beterraba, lentilha e figo.
Vitaminas do Complexo B
Auxilia na diminuição dos níveis de colesterol, mantém a pele e os cabelos saudáveis, protege o fígado e acelera os movimentos peristálticos intestinais, lista a nutricionista Renata Alvarenga.
"É, também, importante para o metabolismo das proteínas e gorduras e ajuda no crescimento celular. Além disso, é importante para saúde da pele e dos cabelos, protegendo contra perda de pigmentação e queda, sendo eficaz no combate a calvície", ensina. Podemos encontrar em fígado, levedura, nozes, gema de ovo, leite, arroz integral e na maioria das verduras.
Durante a gravidez, as vitaminas do Complexo B ainda ajudam ao bebê a desenvolver um sistema nervoso saudável. Isto porque as vitaminas do complexo B incluem a vitamina B12 que, em conjunto com o ferro e ácido fólico, ajudam a manter uma boa concentração de hemoglobina no sangue. Isto ajuda a prevenir a anemia, embora uma ligeira anemia seja comum durante a gravidez.
Zinco
"Zinco é fundamental na formação de queratina para combater as unhas e cabelos secos, fracos e quebradiços. Importante na gestação para evitar as famosas estrias", aponta a nutricionista Bianca Innocencio, da Clinica Andrea Santa Rosa.
A nutricionista Karen Schlösser acrescenta que vários estudos mostram que o zinco ajuda a prevenir o aspecto envelhecido da pele, pois está presente 5 a 6x mais concentrado na nossa epiderme do que na derme, impedindo a formação de radicais livres na superfície da pele.
"Ainda, a falta de zinco pode levar a baixos níveis de testosterona no sangue, fundamental para o bom funcionamento dos órgãos sexuais e libido. As ostras disparam nas quantidades deste mineral assim como outros frutos do mar, bife, ovos, cereais integrais e castanhas", ensina Karen. Fonte: gnt
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Selecione o seu tipo de corpo no infográfico e descubra o modelo de jeans ideal para valorizar a sua silhueta. Fonte do site GNT. A calça jeans está entre os itens mais básicos do guarda-roupa, mas a infinidade de modelagens disponíveis no mercado pode confundir na hora da compra. Por isso, é preciso saber escolher o corte ideal para as proporções do seu corpo, que vão valorizar a silhueta e deixar o look mais harmonioso.
Vamos te ajudar nessa missão. Escolha o seu tipo de corpo no infográfico abaixo para conhecer os jeans mais indicados e também aqueles que você deve evitar:
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O
mais comum é o anular, que, como o nome diz, tem formato de anel – o
furo no meio permite a passagem da menstruação. O hímen septado tem uma
pele no meio do furo e é mais resistente. Há ainda o hímen cribiforme,
que contém vários buraquinhos que deixam passar a menstruação, e é ainda
mais resistente. O hímen que já foi rompido é chamado Intróito.
Nem faz tanto tempo assim
que as mocinhas menstruavam mais tarde e iam pela primeira vez ao
ginecologista, já casadas, depois que engravidavam. Antes disso, só
consultavam um médico, na maior parte das vezes um clínico geral, velho
amigo da família, se tivessem algum problema sério de saúde.
Atualmente, as meninas menstruam mais cedo e o início da vida sexual é
mais precoce. Teoricamente, antes que isso aconteça, é o momento ideal
para a primeira consulta ao ginecologista. O problema é que muitas mães
têm medo de que levar a filha adolescente ao ginecologista possa
representar um incentivo ao início de sua vida sexual. Puro engano!
Quando a garota decide que chegou seu momento, com ou sem a aprovação
materna, iniciará a vida sexual e é melhor que esteja informada e
protegida contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez.
APARELHO GENITAL FEMININO
Drauzio – Você poderia dar uma noção a respeito dos órgãos genitais externos da mulher? Mauro Sancovski – Acho importante que todas as mulheres,
especialmente as meninas que vão começar o ciclo menstrual, conheçam seu próprio corpo, tenham noção de sua anatomia.
Na imagem 1, estão representados os órgãos genitais externos.A
extremidade inferior da vagina, ou
introito vaginal, está localizada
muito perto do meato uretral, orifício por onde sai a urina. A
proximidade entre vagina e uretra explica a frequência da infecção
urinária nas mulheres. Muitas vezes, entretanto, a dor não provém da
infecção, mas de um corrimento vaginal que provoca irritação na
uretra. Os grandes lábios constituem a parte mais externa e carnosa. Por
dentro deles estão os pequenos lábios, delicadas pregas cutâneas e o
clitóris e o monte de Vênus, uma região coberta por pelos. Na imagem 2, aparece o hímen, uma membrana perfurada existente
na entrada da vagina e que é normalmente rompida na primeira relação
sexual. Existem vários tipos de hímen. Alguns são mais carnosos como
esse. Por ser mais grossa a espessura da pele, no momento da ruptura
pode haver um ligeiro sangramento e certo incômodo.
A imagem 3 deixa ver a entrada da vagina e outro tipo de hímen,
dentro do qual existe uma pequena membrana. A imagem 4 registra o hímen
fenestrado, que se caracteriza pela presença de vários buraquinhos por
onde escapa o fluxo menstrual. Quando começam a menstruar, em geral, as meninas querem saber se podem usar absorventes internos. Examinando o tipo de hímen, o
ginecologista poderá orientá-las. Se o hímen for mais aberto, mais
complacente, a colocação desses absorventes não traz nenhum
inconveniente, o que não acontece com os hímens fenestrados, por
exemplo. No exame ginecológico, usando um espelho, o médico poderá
mostrar-lhes o tipo de hímen que possuem e quais os cuidados que devem
ser observados.
Na imagem 4, pode-se observar um caso em que já ocorreu a ruptura himenial e a entrada da vagina está mais livre.
COMBATE À INIBIÇÃO
Drauzio –As meninas não costumam olhar o aparelho genital, não é verdade? Mauro Sancovski – Não só as
meninas, mas muitas mulheres. É lógico que há mulheres que com um
espelhinho descobrem coisas que, às vezes, passariam despercebidas até
no exame ginecológico.
Tudo é uma questão de saber lidar com o próprio corpo e depende de
como a menina foi criada. Se lhe ensinaram que mexer nos genitais é algo
errado e pecaminoso, dificilmente terá naturalidade para tocá-los.
Agora, se desde criança lhe disseram o contrário, ela usufruirá algumas
vantagens. Primeiro, porque irá conhecer melhor seu organismo. Segundo,
porque perderá o medo de colocar, por exemplo, um absorvente íntimo, um
diafragma ou anéis hormonais, métodos de contracepção que implicam a
necessidade de manipulação dos órgãos genitais. Além disso, sob o ponto
de vista da sexualidade propriamente dita, é fundamental que ela perca
esses medos todos
IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO MATERNA Drauzio – Existe uma regra que estabeleça quando deve ser feita a primeira consulta ao ginecologista? Mauro Sancovski – Existe até um
trocadilho a esse respeito: não existe regra, a regra é a menstruação.
Na realidade, é um verdadeiro quebra-cabeça descobrir a época certa da
primeira consulta ao ginecologista. Isso depende muito da menina ou da
adolescente.
O primeiro passo é orientar as mulheres para que orientem bem suas
filhas. Atualmente, há aulas de orientação sexual nas escolas, mas como
se trata de uma atividade curricular, nem sempre as meninas prestam a
devida atenção às explicações, assim como nem sempre é transmitido o que
de fato importa. Algumas dominam a teoria, mas não têm a mínima noção
de como ela pode ser aplicada em seu corpo no dia a dia. Conhecem o
mecanismo menstrual, mas não entendem como funciona a própria
menstruação. Por isso, acho fundamental a mãe estar preparada para
transmitir à filha a informação necessária a fim de que não se assuste
com a menstruação. Ela precisa também tomar cuidado para não lhe
transferir todos os seus temores e sofrimentos. Muitas mulheres
continuam sentindo cólicas e tensão pré-menstrual, embora atualmente
haja recursos terapêuticos para evitá-las.
A partir do momento em que a menina menstruou, se sentir necessidade,
deve ser levada ao ginecologista. Nunca deve ser levada à força, contra
vontade. A maneira como a mãe encara a imagem do médico ao longo da
vida, é de fundamental importância. Se cresceu ouvindo a mãe reclamar
das idas ao consultório, não verá com bons olhos a primeira consulta.
Agora, se a mãe considera o ginecologista uma pessoa amiga, que vai
ajudá-la a conviver melhor com seus problemas ou a resolvê-los
satisfatoriamente, a menina aceitará a ideia com tranquilidade. Uma
sugestão é a garota ir com a mãe a uma das consultas não como cliente,
mas como simples acompanhante.
Drauzio – Sua experiência diz que as meninas procuram o ginecologista quando estão pensando em iniciar a vida sexual? Mauro Sancovski – O ideal seria que
a primeira consulta fosse feita antes do início da vida sexual.
Todavia, a experiência diz que as meninas procuram o ginecologista
depois disso. A maioria o faz por sugestão da mãe que, ao tomar
conhecimento do fato, encaminha a filha ao médico não para fazer exames,
mas para receber orientação em termos de prevenção de doenças e de
gravidez indesejada. Nessa ocasião, é importante tranquilizar a menina a
respeito do exame ginecológico, porque o maior temor é que ele seja
traumático.
Na verdade, a criança bem orientada pela mãe, que entrou tranquila no
período menstrual, não precisa necessariamente ir ao ginecologista. No
caso, porém, de a mãe sentir-se insegura para desempenhar esse papel,
deve consultar a filha sobre a possibilidade de receber orientação mais
visual e técnica de um médico ginecologista. Nesse primeiro contato, não
há necessidade de exames nem da mesa ginecológica. O mais importante é o
médico cativar a adolescente e convencê-la de que tem um aliado com o
qual poderá contar para qualquer emergência, e que ela pode procurá-lo
sem depender da mãe para trazê-la ou não.
EXAME GINECOLÓGICO
Drauzio – Quando uma paciente chega ao consultório pode ficar assustada com o equipamento que vocês usam? Mauro Sancovski – Vai depender muito do tipo do
consultório, se é público ou privado, mas acho importante que ela
conheça o ambiente e os equipamentos. No geral, o padrão é semelhante ao
que aparece na imagem 5. Nele existe uma mesa ginecológica com dois
apoios laterais para colocar as pernas na qual a mulher fica
semissentada de maneira a deixar a genitália exposta para ser examinada.
Há também um foco de luz e um espelho que pode ser direcionado num
ângulo tal que lhe permita ver os órgãos genitais externos e, muitas
vezes, também os internos, possibilitando-lhe, assim, a oportunidade de
acompanhar o próprio exame ginecológico.
Drauzio – Qual a importância do espéculo para o exame ginecológico? Mauro Sancovski – O espéculo é um instrumento muito
importante para o exame ginecológico. O que aparece na imagem 6 é
descartável. Muitas mulheres o chamam de bico de pato e se enchem de
pavor só de pensarem usá-lo. Esse é um medo sem fundamento. O exame
ginecológico não dói se for feito com cuidado e corretamente pelo médico
e a mulher estiver relaxada. Além disso, ele tem a grande vantagem de
possibilitar o exame de alguns órgãos internos sem recorrer a outros
procedimentos de diagnóstico.
Drauzio – Vamos explicar como ele é usado? Mauro Sancovski – O espéculo é um aparelho
excepcional que permite a visualização do útero. É introduzido na vagina
numa posição que não machuca a mulher que precisa estar relaxada nesse
momento. Por isso, o médico deve conversar com ela, para que fique
tranquila e solte o corpo na mesa, o que facilita muito a introdução do
aparelho e o exame. A imagem 7 registra a entrada da vagina e, em
marrom, o útero.
Drauzio – A imagem 7 reproduz o que o médico vê quando introduz o espéculo na vagina da mulher? Mauro Sancovski – O médico consegue ver o colo do
útero direitinho. Nessa imagem, estamos colhendo material para o exame
de Papanicolaou. Muitas mulheres têm medo injustificado desse exame, que
é muito simples. Num movimento circular, com um cotonete ou uma
espátula parecida com um palito de sorvete, o médico colhe células
superficiais que descamam dessa região, põe numa lâmina onde são coradas
e envia a um patologista a fim de identificar suas características.
IMPORTÂNCIA DO TOQUE VAGINAL
Drauzio – A imagem 8 mostra um toque vaginal. O ginecologista
introduz dedos na vagina da mulher, com a outra mão sobre o abdomen
ajeita a posição dos órgãos e apalpa-os. O que ele quer observar com
esse exame? Mauro Sancovski – O toque é muito importante, porque
permite analisar as condições em que se encontram os órgãos internos da
mulher. Fazendo o toque, o ginecologista pode examinar o útero e
verificar se existe alguma massa ou processo expansivo em
desenvolvimento nos ovários, ou se eles estão inflamados. Em muitos
aspectos, o ultrassom não consegue substituir o exame clínico do toque
que deixa avaliar a posição do útero numa moça com dificuldade para
engravidar, por exemplo. Na verdade, esse exame é insubstituível em
algumas situações.
ÓRGÃOS GENITAIS INTERNOS
Drauzio – Acho que é importante mostrar a anatomia dos órgãos genitais internos. Mauro Sancovski – O médico não pode mostrar a
anatomia dos órgãos genitais internos no próprio corpo da paciente como
consegue fazer com os órgãos externos. Embora não consiga enxergá-los,
porque se localizam dentro do abdômen, precisa entender como funcionam.
O útero ocupa o centro da imagem 9. Chamado de mãe do corpo, é o
órgão que menstrua, quando a gravidez não ocorre, e alberga o feto
durante toda a gestação. Trata-se de um músculo com enorme capacidade de
distensão provocada pela disposição de suas fibras que esticam e voltam
ao normal depois do nascimento da criança. Apesar de medir apenas 7cm,
consegue guardar dentro de si um bebê de 4kg.
De um lado e outro do útero estão os dois ovários, órgãos
responsáveis por abrigar as células germinativas da mulher, produzir os
hormônios sexuais femininos e desenvolver as características sexuais
secundárias (pelos pubianos, desenvolvimento dos quadris e das mamas e
tonalidade da voz). Todos os óvulos que uma mulher possui estão com ela
desde a vida intrauterina, isto é, desde quando ainda habitava o ventre
de sua mãe. Durante toda a infância, eles permaneceram guardadinhos nos
ovários e são liberados ciclicamente todos os meses, em geral, um de
cada vez. O óvulo é captado pelas trompas, ou tubas uterinas, pequenos
canais que desembocam no útero (imagem 10), e caminha por elas
estimulado por sua contração ou movimento dos cílios existentes no seu
interior. Se por ventura a mulher tiver uma relação sexual no período em
que o óvulo está sendo liberado, os espermatozoides atravessarão o colo
do útero e chegarão às trompas onde ocorre a fecundação. Unidos, óvulo e
espermatozoide transformam-se num ovo que vai se dividindo e caminhando
pelas trompas até cair novamente no útero em cujas paredes se fixa.
Drauzio – No exame de toque você consegue sentir todos os órgãos internos? Mauro Sancovski – No exame de toque consigo sentir
bem o útero, saber seu tamanho e posição e perceber se está aumentado.
Os ovários também podem ser tocados e dá para dizer se estão normais ou
não. Em alguns casos, é mais difícil apalpá-los. Isso indica que não
estão aumentados, sinal de normalidade. Em relação às trompas, não se
consegue senti-las a não ser que estejam inflamadas. O exame de toque
permite identificar grandes patologias do útero, por exemplo. Para
definir detalhes, o ultrassom é um recurso muito importante.
EXAME DE PAPANICOLAOU
Drauzio – O exame Papanicolaou é feito a partir de células
colhidas no útero. Que informações busca o patologista que examina a
lâmina? Mauro Sancovski – O Papanicolaou é o exame príncipe
na prevenção contra o câncer ginecológico. Ele trouxe um grande
benefício para a mulher, porque previne o câncer de colo de útero,
responsável por muitas mortes no passado. Com uma espátula semelhante a
um palito de sorvete ou a um cotonete, num movimento circular, são
raspadas as células superficiais do colo uterino (imagem 11).
Examinando-as, o patologista consegue identificar alterações celulares
sugestivas da infecção pelo HPV (papilomavírus humano), indício
importante para a prevenção do câncer de colo uterino.
Drauzio – Com que idade e com que frequência o exame de Papanicolaou deve ser feito? Mauro Sancovski – Não existe idade definida para
esse exame. Entendemos que deva ser feito a partir do momento em que a
mulher passa a ter vida sexual ativa. É cabível perguntar, então, se por
volta dos 40 anos, a mulher que não tem atividade sexual precisa fazer o
Papanicolaou. Ela deve fazer. Mesmo nas virgens, o material pode ser
colhido com cotonete sem nenhum trauma. No entanto, a probabilidade de
que não tenha problema algum é muito grande, porque é a vida sexual que
favorece o aparecimento de alterações no colo do útero. Múltiplos
parceiros simultâneos, infecções cruzadas, relação sexual sem o uso de
preservativos são fatores de risco para o carcinoma de colo uterino.
A recomendação é que o Papanicolaou, assim como os exames de mama,
sejam feitos uma vez por ano. Na rede de saúde pública, muitas vezes,
ele é feito a cada dois anos, mas o ideal seria que fosse realizado
anualmente.
REGISTRO DO CICLO MENSTRUAL
Drauzio – Na fase da adolescência, que outros problemas podem aparecer no aparelho genital feminino? Mauro Sancovski – Talvez não seja um problema, mas a
adolescente precisa conhecer seu ciclo menstrual. Por isso, deve marcar
a data das menstruações, quanto duraram e se o fluxo foi abundante ou
não. Existem calendários próprios para esse registro que fornece ao
médico ideia mais precisa de como funciona o mecanismo menstrual daquela
mulher.
Drauzio – Elas devem marcar as datas porque, depois de algum tempo, a tendência é esquecer, não é mesmo? Mauro Sancovski – Quando lembram, sabem apenas a
data da última menstruação. Por isso, é preciso marcar regularmente.
Toda a adolescente possui uma daquelas agendas que vão engordando com
recortes, fotografias, etc. Eis um bom lugar para marcar o dia em que
desceu a menstruação, se desceu pouco ou muito e quantos dias durou.
Dessa forma, no fim do ano, conseguirá organizar os dados necessários
para estabelecer o padrão de seu ciclo menstrual.
DÚVIDAS MAIS FREQUENTES
Drauzio – Quais são as dúvidas mais comuns entre as adolescentes que procuram você no consultório? Mauro Sancovski – Elas têm muitas dúvidas no que se
refere à menstruação e ao risco de gravidez. O médico tem que explicar o
mecanismo do ciclo menstrual e orientá-las sobre um método de
contracepção seguro, se já iniciaram ou querem iniciar a vida sexual.
Muitas adolescentes, apesar da vida sexualmente ativa, não sabem o
que seja prazer nem orgasmo. Muitas vão à consulta com os namorados e,
quando lhes pergunto se sentem prazer, não sabem sequer informar. Passam
a impressão de estarem fazendo uma coisa mecânica, sem grande
envolvimento.
Por essa razão, sempre oriento as moças que me procuram antes de
terem atividade sexual para não precipitarem a relação se não sentirem
que aquele é o momento certo e o parceiro adequado. No entanto, se
quiserem ter relação, que a tenham sem culpa, sabendo que, usando
preservativos, estarão protegidas contra doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez indesejada.
Digo-lhes que, se não estiverem relaxadas, a relação pode ser
dolorosa, não haverá prazer e, no fundo, estarão torcendo para que tudo
acabe logo. A adolescente precisa ir para um relacionamento sexual
segura do que quer, independentemente do que a mãe pensa ou acha, segura
de que nada irá atrapalhar ou complicar o exercício de sua sexualidade
plena.
Drauzio – Existe uma idade em que o aparelho reprodutor
feminino possa ser considerado “amadurecido” para o início da vida
sexual? Mauro Sancovski – Têm ocorrido mudanças no
amadurecimento do aparelho reprodutor feminino. Existe mesmo uma
antecipação na idade da primeira menstruação. O grande problema não é o
amadurecimento do aparelho reprodutor. É a maturidade emocional da
menina. Embora sejam muito mais maduras que os meninos da mesma idade,
muitas não estão prontas para iniciar a vida sexual e não é pequeno o
número das que engravidam. As pessoas estão cada dia crescendo mais. Aos
quinze, dezesseis anos, as adolescentes são mulheres de porte grande. O
problema não é físico, é de maturidade.
MENSAGEM AOS PAIS
Drauzio – Você tem alguma mensagem para mães e pais dessas meninas em relação à primeira consulta ao ginecologista? Mauro Sancovski – As mães devem orientar suas filhas
a respeito da importância da consulta ao ginecologista. Na verdade,
tudo depende de como a mãe apresenta o problema.
Embora não goste desse tipo de discriminação, às vezes faz diferença o
profissional ser um homem ou uma mulher. Muitas adolescentes preferem
uma ginecologista mulher.
É importante, ainda, a adolescente saber que tudo o que conta ao
médico, desde que não a ponha em risco nem tenha um comprometimento
sério demais, é um segredo entre os dois que nunca será revelado. Por
isso, pode ir ao médico de confiança da mãe, abrir o coração, que ele
jamais vai contar o que ouviu. Esse é um dos grandes medos da
adolescente. Portanto, é fundamental que ela saiba que todos os médicos
têm o dever ético e profissional de manter sigilo absoluto sobre o que
disseram seus clientes.
A mãe deve levar a menina ao ginecologista para conversar e receber
informações importantes. Ela precisa saber que o exame ginecológico, se
absolutamente necessário, será feito na presença da mãe ou da
enfermeira, se a menina assim o desejar.
É imprescindível desmistificar a primeira ida ao ginecologista na
medida em que não implica um exame minucioso. A menina não está doente.
Tudo vai acontecer de acordo com suas necessidades e de acordo com sua
vontade.
Drauzio – Quer dizer que estão erradas as mães que não levam
as filhas ao ginecologista com medo de que ele lhes dê o aval para
iniciar a vida sexual? Mauro Sancovski – A iniciação da vida sexual vai
ocorrer com ou sem o aval do ginecologista ou da própria mãe. A visita
ao ginecologista pode representar mais um instrumento para a menina agir
de forma mais segura, se ou quando isso acontecer. Muitas mães acham
levar a filha ao ginecologista pode ser sinal de que estão corroborando
com a ideia de liberação da sexualidade da filha, o que não é verdade.
De fato, o que está fazendo é cuidar da saúde física e mental da filha. Fonte: o corpo-humano : drauziovarella
A SOP, abreviação usada para a Síndrome dos Ovários Policístico, é um
distúrbio que interfere no processo normal de ovulação em virtude de
desequilíbrio hormonal que leva à formação de cistos.
O aparecimento de
cistos durante o processo de ovulação faz parte do funcionamento dos
ovários, mas eles desaparecem a cada ciclo menstrual. Em portadoras da
Síndrome de Ovários Policísticos (SOP), esses cistos permanecem e
modificam a estrutura ovariana, tornando o órgão até três vezes mais
largo do que o tamanho normal. A disfunção pode levar à secreção de
hormônios masculinos (androgênios) em excesso. A portadora da síndrome
ovula com menor freqüência e tem ciclos, em geral, irregulares.
Calcula-se que a SOP afeta 20% das mulheres durante a fase de vida
reprodutiva.
Os fatores que levam ao desenvolvimento da SOP não são totalmente
conhecidos, mas ela tem origem genética, em parte, pois irmãs ou filhas
de uma mulher portadora do distúrbio tem 50% de chance de desenvolvê-la.
Tudo indica que sua origem está associada com a produção da insulina em
excesso pelo organismo. O aumento da quantidade dessa substância no
sangue (a hiperinsulinemia) provocaria o desequilíbrio hormonal.
Ciclos irregulares, menor freqüência de ovulação e dificuldade para
engravidar podem ser características comuns da síndrome dos ovários
policísticos. O distúrbio ainda favorece o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e obesidade. Quando há excesso de
hormônios masculinos, os sinais observados são: O CORPO HUMANO
Crescimento anormal de pelos nas regiões do baixo ventre, seios, queixo e buço;
Aumento da oleosidade da pele e aparecimento de espinhas e cravos;
Queda de cabelos;
Aumento do peso;
Manchas na pele, principalmente nas axilas e atrás do pescoço
Depende de avaliação completa, que exclua variáveis como problemas
com a tireóide ou a glândula supra-renal. O exame de ultrassom, isolado,
não é suficiente para fornecer o diagnóstico acertado da Síndrome. Para
investigar as causas da irregularidade menstrual ou das manifestações
androgênicas, os médicos costumam pedir os seguintes exames:
Dosagem dos hormônios FSH, LH, Estradiol, TSH, S-DHE, Testosterona
total, 17-OH progesterona (entre o 2º e 3º dias do ciclo menstrual)
É uma síndrome que pode ser controlada por medicamentos. Estes variam
de acordo com o quadro de sintomas da paciente e suas complicações. A
utilização de anticoncepcionais hormonais como pílulas, anéis vaginais,
implantes protegem os ovários contra a formação dos microcistos e
diminuem os níveis de hormônios masculinos e de insulina. Mulheres que
planejam engravidar também devem utilizar anticoncepcionais hormonais,
em um primeiro momento do tratamento, para regularizar a menstruação.
A suspensão do anticoncepcional depois da regularização dos ciclos
menstruais aumenta a chance de ovulação e gravidez. Outra forma de
intervenção para aumentar as chances de gravidez são os produtos
indutores da ovulação. Quando a portadora da SOP apresenta altos níveis
de insulina os médicos usam medicamentos específicos para reduzir a
produção dessa substância. Na presença de gravidez, tais medicamentos
podem ser usados até a 36ª semana de gestação.
Ciclos irregulares, menor freqüência de ovulação e dificuldade para
engravidar podem ser características comuns da síndrome dos ovários
policísticos. O distúrbio ainda favorece o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, do diabetes tipo 2 e obesidade. Quando há excesso de
hormônios masculinos, os sinais observados são:
Crescimento anormal de pelos nas regiões do baixo ventre, seios, queixo e buço;
Aumento da oleosidade da pele e aparecimento de espinhas e cravos;
Queda de cabelos;
Aumento do peso;
Manchas na pele, principalmente nas axilas e atrás do pescoço
Para manter os sintomas sob controle os médicos costumam orientar
suas pacientes sobre a manutenção de dietas mais leves, especialmente
quando elas apresentam obesidade, acompanhada da prática de exercício
físico, que beneficia todas as portadoras da SOP. E, dependendo do caso,
tratamentos cosméticos com dermatologista.