Seu filho apresenta alterações abruptas de humor, fica agressivo repentinamente ou busca incessantemente por dinheiro sem justificar o uso? Comece a prestar atenção, pois ele pode estar viciado em drogas. Além disso, o consumo excessivo de álcool e cigarro podem ser as portas para a entrada de outras substâncias.
De acordo com o Levantamento Nacional de Famílias dos Dependentes Químicos (Lenad Família), feito em 2013 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), pelo menos 28 milhões de brasileiros têm algum familiar dependente químico. A partir de tais resultados, os pesquisadores apontaram que 5,7% da população sofre com vícios, número que representa mais de 8 milhões de pessoas.
Veja como identificar os sinais de dependência química e como agir para reverter a situação do seu filho.
Como reconhecer o envolvimento com drogas
De acordo com a a psicóloga Silvana Hartmann, os sinais do dependente químico podem variar pelo tipo de droga que está sendo usada, mas em geral, os pais devem estar atentos a alterações abruptas de comportamento, mudanças repentinas de humor e agressividade, por exemplo.
Ainda, a profissional alerta sobre o uso do álcool, substância de fácil acesso, que atua sobre o sistema nervoso central, mas se apresenta comumente banalizada e negligenciada quanto aos efeitos nocivos que o consumo abusivo pode acarretar. Por isso, observe se seu filho tem hálito de álcool ou roupas com cheiro frequente de cigarro.
Uma das características do dependente químico é o modo descontrolado para lidar com as finanças pessoais. Geralmente, gastam seu dinheiro muito rápido, pedem emprestado quantias altas e até mesmo vendem pertences, pois precisam de capital.
Filho viciado em drogas: o que fazer?
Segundo Silvana, cada caso deve ser pensando com calma e cuidado para haja sintonia entre a postura dos pais antes de iniciar qualquer tipo de abordagem. “É importante buscar manter-se compreensivo, com atitudes firmes e coerentes”, orienta.
“Ao cobrar uma modificação da postura dos filhos frente às drogas, é necessário ter clareza do papel dos pais como responsáveis por impor limites e proporcionar orientação”, indica a profissional.
Além disso, Silvana diz que sentimentos de culpa, fracasso e medo frente ao futuro do filho podem ser comuns nessas situações. Entretanto, afirma que procurar demonstrar a preocupação que se sente como provedor de cuidado é fundamental para abordar o assunto com franqueza com os filhos.
Para a psicóloga, é importante que os pais evitem a agressividade, pois isso pode afastar e diminuir o vínculo com os filhos. Segundo a psicóloga, o ideal é se aproximar em uma postura de compreensão, o que pode fortalecer os laços de confiança e também facilitar o processo de crise vivenciada.
Nestas situações, Silvana destaca que é preciso entender que a busca por ajuda não é sinônimo de fracasso ou de que não se consegue dar conta dos problemas sozinho.
“Os profissionais de saúde mental, como o psicólogo e o psiquiatra estão disponíveis para auxiliar nesta jornada, através de orientação, técnicas de tratamento e ética. Busque por profissionais referenciados, que lhe tragam confiança para melhor atender os problemas que surgem”, aconselha.
Locais como os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD) e os Narcóticos Anônimos (NA) podem ser a chave para você auxiliar seu filho viciado em drogas. Se o caso for muito grave, não hesite em buscar uma clínica de reabilitação.