Quais são os tipos de câncer de tireoide?
Segundo o endocrinologista Fabiano Tegão Nave, da clínica OrthoHormone, em São Paulo, há três tipos de carcinomas: os bem diferenciados (papilífero e folicular), os moderadamente diferenciados (medular) e os indiferenciados (anaplásico).- Papilífero: é o mais comum e menos agressivo - corresponde a cerca de 80-85% dos casos de câncer de tireoide.
- Folicular: também é pouco agressivo e corresponde a cerca de 15% dos casos.
- Medular: tipo de câncer um pouco mais agressivo, que corresponde a cerca de 3-5% dos casos da doença.
- Anaplásico: forma bem agressiva e rara que, geralmente, acomete idosos acima dos 70 anos de idade. Corresponde a cerca de 1% dos cânceres de tireoide e costuma ser fatal.
Quais são os fatores de risco do câncer de tireoide?
Segundo o cirurgião de cabeça e pescoço Dorival de Carlucci, do Hospital São Luiz, em São Paulo, o fator de risco mais conhecido é a exposição à radiação. "Por exemplo, com o acidente nuclear de Fukushima,no Japão, a incidência deste câncer aumentou bastante, assim como aconteceu em Chernobyl e em Goiânia, no acidente radiológico", afirma. Pessoas que trabalham com radiação ou pacientes que realizam muitos exames que envolvam substâncias radioativas também devem estar atentos.É possível se prevenir contra o câncer de tireoide?
Infelizmente, não é possível prevenir este tipo de câncer. "O máximo a ser feito é o diagnóstico precoce", diz Carlucci.Sintomas
Tanto o carcinoma papilífero quanto o folicular costumam ser assintomáticos nas fases iniciais. Quando os sinais aparecem, o mais comum da doença costuma ser o aparecimento de nódulo palpável ou visível na região da tireoide ou do pescoço. Em estágios mais avançados, podem ocorrer também aumento dos gânglios linfáticos e do volume do pescoço, rouquidão, tosse persistente, dificuldade para engolir e sensação de compressão da traqueia .TRATAMENTO
Em geral, o tratamento do câncer de tireoide é cirúrgico (tireoidectomia total ou parcial) e leva em conta o tipo e a gravidade da doença. Caso as células malignas tenham comprometido os gânglios cervicais, é necessário retirá-los.Rouquidão e queda de cálcio são complicações da tireoidectomia associadas a lesões de estruturas como os nervos laríngeos e as glândulas paratireoides respectivamente durante a cirurgia.
Depois de quatro a seis semanas da intervenção, o paciente recebe doses terapêuticas de iodo radioativo em ambiente hospitalar para extinguir qualquer tecido remanescente de células tumorais no corpo e evitar metástases. Quando os carcinomas papilíferos e foliculares não respondem a esse tratamento, é possível recorrer à terapêutica antiangiogênica que consiste em bloquear a formação de novos vasos sanguíneos para impedir que as células tumorais recebam nutrientes e oxigênio através da circulação. O passo seguinte é indicar a reposição hormonal com levotiroxina por via oral para substituir os hormônios que deixaram de ser produzidos pela tireoide. Radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é recomendada na ocorrência de tumores mais agressivos, como o carcinoma medular e o carcinoma anaplásico.
RECOMENDAÇÕES
- Lembre-se de que o câncer de tireoide é tratável e são altos os índices de cura. Entretanto, em aproximadamente 30% dos casos, a doença pode recidivar. Por isso, é fundamental manter o acompanhamento médico por toda a vida, uma vez que o sucesso do tratamento está diretamente correlacionado com o diagnóstico precoce;
- Não se descuide da reposição do hormônio tiroxina que deixou de ser produzido naturalmente pela tireoide depois que a glândula foi retirada. Ele é indispensável para a regulação harmônica do metabolismo;
- Procure adotar uma dieta equilibrada e saudável. Entre outras vantagens, a prática regular de exercícios físicos vai ajudar a evitar o excesso de peso.